Esse meu querido blog é o que originalmente deveria ser um blog. Um diário virtual onde o escritor (eu no caso) descreve suas aventuras e impressões do dia-a-dia. Ogroteca é um nome que veio do meu finado vlog, e que eu gosto muito, mas quando transportei para o veículo escrito, faltou em muito em termos literários.
Capa da edição original no Brasil |
Os capítulos são bem diversos e ficam se misturando como um apanhado de coisas feitas por Puzo, e que poderiam render um livro, como de fato realmente aconteceu, e foi logo após o lançamento de Godfather, que mudou a vida do autor, embora fosse seu terceiro livro (desconsiderando um livro infantil no meio do caminho).
Engraçado pensar que para Mario, Godfather é seu pior livro, e mais comercial... sua tentativa de não fazer arte, mas de ganhar dinheiro. Curioso porque de todos os livros dele, Godfather é talvez o melhor. Não que Guerra Suja ou Mamma Lucia não sejam ótimos (os dois anteriores ao Chefão) mas no primeiro era óbvio que havia uma tentativa de retratar um momento que Puzo não dominava (reconstrução da Alemanha pós guerra) e tentou romantizar com um final que mais parece um chute no estômago (ele fala sobre isso no livro abordado nesse post) e em Mamma Lucia é visto mais um retrato pessoal que a história interessante dos personagens... e essa impressão de pessoalidade na escrita é confirmada nas "Confissões", Puzo realmente emprestou histórias da sua vida pessoal para escrever sobre.
É engraçado notar como ele usa as histórias da sua vida em sua olha, talvez só alguém que tenha lido tudo dele pode notar que cada livro reserva um personagem pelo menos que seja um amigo ou parente de Puzo transmutado para as letras. Isso fica ainda mais óbvio em Mamma Lucia e Os Tolos Morrem Antes, aconselho ao leitor das Confissões que deixe este para o final, vai ser muito esclarecedor.
Outro ponto alto do livro, é a visão de Puzo sobre a briga dele com Sinatra, briga essa que não aconteceu, e apesar de inicialmente ele dizer claramente que não queria desprezar ou ofender o cantor (com a cópia fiel dele em Godfather Jonh Fontainne), não poupou o astro depois da fama de um artigo ácido a respeito dos italianos na América, usando o exemplo da Liga Ítalo Americana: comandada por Sinatra.
Puzo é icônico e um dos personagens mais importantes da história do cinema por sua enorme contribuição com o Godfather e outros casos que pretendo abordar, no meio literário é tido como simplório e previsível, duas conotações que não acho que mereça, principalmente se analisarmos a parte artística de sua obra, ou seja: antes e depois de O Chefão.
Leitura altamente recomendada para autores que estão sofrendo pressão pessoal e familiar por tentarem duas carreiras, o autor do livro diz em vários momentos que sua intenção é ou encorajar, ou faze-los desistir usando sua história como exemplo.
A edição que usei no post é de uma série sobre a máfia, mas que na ocasião só pude comprar esse volume (pretendo conseguir os outros). O livro é bem popular em sebos, principalmente nos on-lines.
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