sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Reaproveite seu Smartphone antigo: faça um Gameboy com ele.



Construir do zero, ou adaptar o que está sem utilidade?
Vamos aos fatos, em 2020 vemos o mercado de consoles mostrar que está próximo da morte, o dólar está batendo records e jogar no PC não é o sonho de todo mundo.
O portátil da Nintendo é bem bacana, mas é caro a beça e ainda não tem toda a disponibilidade que o jogador quer, isso tem feito muita gente olhar com carinho para a cena retrogamer, e renascer a indústria dos pequenos portáteis chineses, coisa que começou lá atrás com o Dingoo A320.
O Dingoo A320 rodando o Dingux
Mas minha proposta vai além disso, os portáteis chineses eram uma boa escolha lá em 2010, quando sofriam para rodar Playstation e isso já era interessante demais. Hoje em dia, eles ainda sofrem para rodar um videogame lançado lá no meio dos anos 90, mas você não precisa ficar preso na plataforma.
Até dá pra comprar um Raspberry Pi, mas “dá bão”?
Minha proposta nesse artigo é provocar o pensamento de que o jogador e de conhecimento intermediário em tecnologia, a “fazer seu próprio videogame”, e veja bem, não estou pedindo para soldar placas mães e conseguir telas e se virar para criar um case e controle, hoje em dia temos facilidades nesse sentido.

PROJETO


Você poderia usar como base um computador antigo, sendo desktop ou notebook, eu mesmo já recomendei isso em outras oportunidades onde escrevi sobre o tema, usando uma distro Linux para emuladores e com um ou outro acerto. 
Daria certo, mas ao custo de muito trabalho e serve mais para quem quer dar uma serventia a um hardware que está parado em casa. 
Essa cena se repete na sua casa?
Poderia também recomendar as TV-Box, que são os OUYA da atualidade, uma pequena caixinha com hardware que flutua entre o PC e o smartphone, e que conectada ao aparelho de televisão te dá uma série de possibilidades, ainda sim, você ficaria preso a TV, e também a energia elétrica.
Bora comparar um smartphone fora de linha e um sucesso chinês?
A proposta então é usar um Smartphone antigo perdido na sua gaveta aí de casa. Um Moto G4 Plus, Redmi 7A ou um Samsung Galaxy J4 vão estar no valor de 400 reais ou menos usado, fácil demais de achar no Mercado Livre e OLX, mas para quem troca de celular com razoável frequência, deve estar mofando em algum lugar da sua casa. 
Vou usar o exemplo do Samsung Galaxy J4 principalmente pelo valor e popularidade do aparelho, sua tia pode ter um desses parado, ou você pode caçar ele usado por 250, 300 reais, enquanto na pesquisa feita para o artigo eu achei ele novo na caixa por 450 reais. 
Controle + Smartphone: você não precisa mais do que isso para jogar MUITA coisa boa.
Este smartphone é equipado com um CPU Cortex-A53 Samsung Exynos 7 Quad 7570 rodando a 1.4 GHz Quad Core, a GPU é uma Mali-T720 MP2, acompanhando de 2 gb de memória ram e 16gb de memória interna com a possibilidade de usar um cartão de memória de até 256 Gb. A tela do aparelho tem 5.5 polegadas, resolução de 720x1280 e é uma Super Amoled, e a bateria para tocar isso tudo é de lítio, com 3000 mAh.
Bora comparar com o LDK, um queridinho dos retrogamers que está custando no AliExpress na faixa dos 250 reais, que com frete e impostos pode custar 440 reais, dependendo exclusivamente da sua sorte. 
O LDK tem uma bateria de 2.6 polegadas, com resolução de 240*320, uma bateria de lítio de 1000 mAh, 128 mb de ram, e uma memória de 16 gb. Isso rodando um Linux próprio, algo que lembra muito o saudoso Dingux feito pelos usuários do Dingoo A320. 
Não faço campanha contra o LDK, mas aqui no Brasil ele é vendido por 500 reais, e convenhamos que em comparação, um celular bem mais ou menos dá um pau nele. 
Apesar disso, o LDK como todos esses portáteis chineses como Gemei, Dingoo, JDK, Yinlips e outros tem uma vantagem frente ao celular: o controle físico. Ainda que nem sempre seja uma experiência interessante, uma por falta de botõese outra pela qualidade dos comandos, não é tão fácil dar um hadouken usando esse padrão em cruz que tanto fazem.
Para essa proposta de videogame caseiro, vamos precisar suprir essa deficiência do celular base, e aí que a gambiarra vira vantagem. Com um suporte específico, é possível usar um Dual Shock 4 (o controle do Playstation 4) em praticamente qualquer celular com Bluetooth.
Os controles Ipega são a melhor alternativa para controle físico no celular
Mas se quiser uma solução mais barata e melhor acabada, existem os controles da fabricante chinesa Ipega, com ótimas baterias internas, conexão por bluetooth, e que suportam o celular de um jeito ou de outro. Dois modelos são os melhores para essa função, o Ipega Red Knight 9087 e o modelo Ipega 9076.
Enquanto o 9087 tem um desing que agarra o celular pelos lados, o 9076 coloca ele acima dos comandos em um suporte do próprio controle. De todos que testei, são os que melhor funcionaram e que tem as melhores respostas, e tempo de duração de bateria. Usei outras fabricantes como MOGA, mas a experiência não foi tão boa. 
A ideia não é nova, tem gente já vendendo o kit bom Powerbank no Mercado Livre. 
Tendo smartphone e controle, para fechar seu kit só é necessário um Case tipo uma pochete ou bolsa para carregar tudo isso, um carregador para os dois aparelhos, e um Powerbank se você realmente estiver focado em jogatina fora de casa por horas. Lembrando que um powerbank da Xiaomi, de 20.000 mAh custa menos de 200 reais, e estica muito a autonomia tanto do celular quanto do controle. 

O que jogar?


De cara eu digo: Emuladores.
Sabe quando lá atrás eu digo que os chineses apanham pra rodar tudo que veio do Super Nintendo pra frente? Um celular bem mais ou menos não apanha, e dá conta de rodar até mesmo Dreamcast, Nintendo DS e até mesmo Playstation 2 (aí depende do seu hardware).
Tudo isso vai rodar legal no seu Smartphone. 
Daí não tem erro, ou você baixa direto da internet as roms, baixar um torrent com bibliotecas de vários sistemas para curtir e rechear seu cartão de memória. 
Com a emulação no ambiente do sistema operacional Android você tem várias vantagens, ainda mais no dispositivo mobile. Como já disse, você tem opções diferentes de controle, pode espalhar a imagem para a TV usando o Chromecast ou a função nativa da tv, e os emuladores funcionam bem no celular, com diversas opções como Save State e jogos online. 
Roms são pequenas e fáceis de baixar. 
É um jeito diferente de jogar tudo aquilo que você já conhece lá da década de 80 e 90, tornando essa revisita mais interessantes ainda. 
Ainda existem listas intermináveis de jogos para Android que vão fazer proveito dos controles físicos, mas acho que isso fica melhor em outro post. 

Finish him!


Queria terminar para expor meu caso, e explicar de porque eu defendo esse conceito de reaproveitamento de hardware e de jogar dessa forma.
Sempre fui muito ativo na cena da emulação, participando de projetos de traduções de Roms e de emuladores, pesquisando ajustes para emulação, fazendo gambiarras horríveis para usar controles de videogame em portas antigas de PC, e principalmente na cena dos portáteis chineses.
Tenho uma coleção com alguns deles, mas como resultado da minha experiência, é que não foi tão legal assim. Primeiro que eles são frágeis demais, eu tenho dois JXD s601 bricados em casa, um deles sem qualquer razão e com poucos dias de uso. Um Gemei A330 durou horas até ter sua tela esmagada com uma pressão pequena enquanto estava no bolso. 

Viraram bonitos tijolos de uma coleção esquisita. 
Eu tenho PC e Notebook, mas depois de trabalhar o dia todo na frente de um computador, eu realmente não quero usar um para jogar. Outro ponto é que para jogar o que se tem de melhor, o custo é muito alto, e pode esquecer mobilidade.
Nesse ponto o meu Playstation 4 também me deixa na mão, não é todo dia que rola aquele tempo para chegar em casa e jogar, e toda aquela imersão não me chama mais tanta atenção. Quero ser mais casual. 
Vernee Mars Pro — esse bichão aqui
Eu já ando com o celular pra cima e pra baixo, e aconteceu de conseguir uma tela nova para meu Vernee Mars Pro que estava quebrado. Ele era um celular realmente impressionante para 2017, mas em 2020 eu prefiro manter meu Xiaomi Mi A1 como celular principal.
A traseira acabadinha dele, comprei em 2017 por 600 reais na Gearbest com dólar a 3,30 #saudades
Deixar ele parado não parece inteligente, então deixei ele com todos os aplicativos de streaming que assino como Netflix, Amazon Prime, Youtube Premium e outros, assim eu consigo usar meu celular enquanto estiver transmitindo um streaming. 
O Vernee Mars Pro usando a capinha do Samsung J7
Sim, muita gente diz que isso não afeta o celular, que dá pra fazer isso no seu principal sem qualquer problemas, mas minha experiência pessoal diz o contrário, então eu prefiro deixar um aparelho só pra isso. 
O Vernee com o controle Ipega, esse modelo funciona no PC e no Playstation 4
Quando decidi usar ele pra jogar, de cara coloquei os emuladores, e depois de chegar meus controles Ipega, comecei a caçar jogos onde o controle físico funciona bem (prometo fazer uma lista pessoal depois). 
Por enquanto tem sido muito produtivo enquanto experiência, o Vernee Mars Pro tem um hardware realmente robusto, não só seus 6 gb de ram chamam a atenção, mas também um processador Helio P25 da Mediatek, rodando 2.5 Ghz Octacore, mais uma GPU Mali T880, memória interna de 64 gb, tela de 5.5 polegadas Corning Gorilla Glass 3, resolução de 1920x1080 e bateria de Li-on 3500 mAh.
PokeMMO — realiza o sonho de um MMO de Pokémon, e fica muito melhor no mobile e com controles.
Imagine a autonomia desse aparelho sem gastar bateria com rede 4g, e rodando uma Netflix ou um PokeMMO? Horas de diversão, dentro e fora de casa. Emuladores não gastam tudo isso de recurso de hardware, então tem potência de sobra. 
Mais um ou outro acerto no Android 9, e você tem um sistema muito bom para rodar quase tudo, dos mais novos jogos de Android, até os emuladores mais obscuros, fora todos os apk’s do mercado cinza que estou podendo aproveitar. 
Fico por aqui, convidado quem quiser a discutir e opinar sobre nos comentários. 

Um comentário:

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