segunda-feira, 24 de maio de 2021

A Baleia Branca nos games - CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS

 


Não existe almoço grátis.


Essa é uma máxima aplicada aos negócios e o comércio em geral. Significa que não existe gratuidade, a empresa sempre tem uma vantagem em algum momento.


Mas essa máxima enfrenta a questão dos jogos, principalmente no mercado mobile (ainda que não seja só nele), onde milhares de títulos, feitos por dezenas de pessoas são oferecidos gratuitamente para os jogadores. A conta parece não fechar, como que todo esse custo de desenvolvimento, propaganda, servidores e manutenção pode ser pago se serviço é gratuito?


A resposta é: as Baleias Brancas pagam.


 Primeiro esqueça aquela viagem da “baleia azul”, uma mistura de lenda urbana com fake news que apavorou pais que achavam que os filhos estavam vulneráveis a uma seita de internet. “Baleia Branca” é um termo gringo para definir o jogador hardcore, é o cara que vai sustentar o jogo financeiramente.


Com a dinâmica de temporização das jogadas, com fichas, gemas, e outros nomes acabam convergindo na mesma coisa, o jogador para de jogar e progredir em algum momento do dia. Para continuar jogando, ele precisa gastar recursos do jogo, ou colocar dinheiro de verdade na parada, e é aí que toda economia do game gira. - CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS


Para valer a pena para o jogador hardcore gastar, ele precisa de uma comunidade ativa, e que seja minimamente competitiva, gerar isso com tamanha oferta das plataformas como Google Play, PSN, Xbox Live e outros é muito complexo, então a empresa foca em oferecer o jogo gratuitamente e investe em propaganda. Parte dessa propaganda consiste, inclusive, em chamar outros jogadores, é aí que o almoço grátis passa a ser pago. Aquele que joga gratuitamente precisa do recurso, e para isso convida mais e mais jogadores, uma hora essa tarrafa volta com mais peixes e também alguma “baleia branca”. - CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS



Muita gente pode não acreditar de cara nesse organismo econômico, porque pode parecer loucura gastar com algo que é oferecido sem custo, mas dando uma boa olhada na internet não é difícil de achar pessoas que pagam centenas de reais todos os meses, isso independente do título e de sua qualidade.


Mesmo aquele game simples de celular tem milhares de pessoas jogando, e vários jogadores que investem pesado seu dinheiro para ter poder e controlar esse micro-universo.


Esses gastões acabam empurrando muita gente para consumos esporádicos, pessoas que por questão de tempo, investem algumas dezenas de reais de vez em quando para ter algum equilíbrio e continuar competitivo. Ainda que em todos esses casos os jogadores se dividem em poucos grupos, como os que jogam gratuitamente e são casuais, os gratuitos que investem muito tempo, os casuais que investem pouco, e aqueles que são o tema dessa coluna, os que jogam muito e investem muito.


E é assim que seu jogo favorito permite que você jogue sem colocar a mão na carteira, e que mesmo assim todo mundo paga as contas e fica feliz. É um ciclo que funciona, tem seus defeitos e qualidades, mas antes de tudo, funciona. - CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS




Falta coragem à Sony e à milionária indústria de games - CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS



Passagem de Days Gone disponível para Playstation 5 (Foto: Reprodução)

Eu sei, pode ser um choque para quem não conhece a fundo a questão do cenário, mas se fatura mais com jogos do que na indústria da música ou cinema, e depois da pandemia esse abismo ficou ainda maior, afinal de contas, quantas pessoas não se trancaram dentro de suas casas agarradas em seus videogames conforme as recomendações mais seguras indicavam?


Mesmo assim, com toda lucratividade, a indústria vive um momento difícil e não é a primeira vez que vemos isso. Depois da quebra com a Atari no século passado, onde muita gente acreditou que videogames eram um péssimo negócio, a indústria se reinventou principalmente graças à Nintendo, que elevou o sarrafo da qualidade dos jogos e evitou aquela avalanche de lançamentos.


Mas décadas depois, os jogos precisam de muitos desenvolvedores. Se antes uma equipe de 12 pessoas conseguia criar os jogos para o Famicom em um pequeno escritório em Tóquio, hoje em dia é preciso de um trabalho em escala global envolvendo centenas de pessoas. Os jogos são muito maiores, com gameplay de muitas horas, dias de jogatina, e tudo isso sem bugs, com bons gráficos e de preferência regionalizado para cada país onde será lançado.


Então considerando tudo isso, eu posso garantir que um game que ganhou prêmios de melhor Desing Visual e Melhor Narrativa, considerado por muito tempo como o jogo mais aguardado no Playstation antes de seu lançamento, sendo um dos dez mais vendidos de 2019 (considerando jogos de TODAS as plataformas), que esse jogo, esse sucesso… consiga uma garantia de continuação, certo?


Errado.


Esqueça os zumbis lentos de Resident Evil, esqueça a falta de compromisso com a realidade Left 4 Dead, aqui os zumbis são nominalmente frenéticos, e vão correr em hordas atrás do personagem principal. O roteiro foi muito elogiado e merecidamente, envolve conspiração global, motoclubes, fanatismo religioso, o fascismo incrustado na sociedade americana, e aquela certeza que o “homem é o lobo do homem”, Hobbes chegaria à mesma conclusão jogando Days Gone, nem sempre o zumbi é o maior inimigo. - CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS


O jogo termina com um final realmente emocionante, que deixou todos os fãs com aquela vontade maluca de jogar uma sequência, que não vai rolar. Tudo começa quando em dezembro de 2012 os diretores e roteiristas Jeff Ross e Jonh Garvin deixaram a BEND Studio, e recentemente deram entrevistas mal humoradas onde culpam até os jogadores por causa do cancelamento da continuação, mas o buraco é muito mais embaixo.


Fato é que os executivos da Sony colocaram todos os profissionais disponíveis do estúdio para trabalhar na continuação de seus títulos mais populares, estão trocando o certo pelo muito certo, tudo indica que a empresa japonesa não vai permitir o desenvolvimento de outros títulos apostando em novas propriedades intelectuais, para apostar fortemente naquilo que tem a certeza de que vai dar certo.


Quem perde com isso? Todo mundo.


Apesar dos desenvolvedores em suas entrevistas lançarem frases como “se você gosta de um jogo, compre ele com preço cheio”, o fato é que a empresa (como um todo, e não apenas a Sony) não tem alma e coração, ela quer grana para pagar os executivos e investidores, e com isso ela prejudica o mercado, que fica sem novos títulos e principalmente novas propriedades intelectuais.


Imagine só se franquias como Streets of Rage, Pokémon, Metroid, Mega Man e outras não tivessem suas continuações garantidas só porque a Nintendo ou a Sega quiseram investir em jogos do Mario e Sonic?


Com a convergência de mídias e a mudança no perfil de compra, estamos numa fase onde nunca se jogou tanto videogame, mas também nunca houve um mercado tão cheio de mais do mesmo, e o pior: sem indicativo nenhum de melhorias para os próximos anos.


Fica a pergunta: até quando vamos jogar os mesmos jogos? - CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS


Esse exemplo acima era de Days Gone, que até outro dia era exclusivo do Playstation 4 (agora está disponível para Playstation 5 e está vindo para PC), e que foi um jogo muito aguardado por ter sido anunciado em meio a febre de zumbis na cultura pop.



sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Reaproveite seu Smartphone antigo: faça um Gameboy com ele.



Construir do zero, ou adaptar o que está sem utilidade?
Vamos aos fatos, em 2020 vemos o mercado de consoles mostrar que está próximo da morte, o dólar está batendo records e jogar no PC não é o sonho de todo mundo.
O portátil da Nintendo é bem bacana, mas é caro a beça e ainda não tem toda a disponibilidade que o jogador quer, isso tem feito muita gente olhar com carinho para a cena retrogamer, e renascer a indústria dos pequenos portáteis chineses, coisa que começou lá atrás com o Dingoo A320.
O Dingoo A320 rodando o Dingux
Mas minha proposta vai além disso, os portáteis chineses eram uma boa escolha lá em 2010, quando sofriam para rodar Playstation e isso já era interessante demais. Hoje em dia, eles ainda sofrem para rodar um videogame lançado lá no meio dos anos 90, mas você não precisa ficar preso na plataforma.
Até dá pra comprar um Raspberry Pi, mas “dá bão”?
Minha proposta nesse artigo é provocar o pensamento de que o jogador e de conhecimento intermediário em tecnologia, a “fazer seu próprio videogame”, e veja bem, não estou pedindo para soldar placas mães e conseguir telas e se virar para criar um case e controle, hoje em dia temos facilidades nesse sentido.

PROJETO


Você poderia usar como base um computador antigo, sendo desktop ou notebook, eu mesmo já recomendei isso em outras oportunidades onde escrevi sobre o tema, usando uma distro Linux para emuladores e com um ou outro acerto. 
Daria certo, mas ao custo de muito trabalho e serve mais para quem quer dar uma serventia a um hardware que está parado em casa. 
Essa cena se repete na sua casa?
Poderia também recomendar as TV-Box, que são os OUYA da atualidade, uma pequena caixinha com hardware que flutua entre o PC e o smartphone, e que conectada ao aparelho de televisão te dá uma série de possibilidades, ainda sim, você ficaria preso a TV, e também a energia elétrica.
Bora comparar um smartphone fora de linha e um sucesso chinês?
A proposta então é usar um Smartphone antigo perdido na sua gaveta aí de casa. Um Moto G4 Plus, Redmi 7A ou um Samsung Galaxy J4 vão estar no valor de 400 reais ou menos usado, fácil demais de achar no Mercado Livre e OLX, mas para quem troca de celular com razoável frequência, deve estar mofando em algum lugar da sua casa. 
Vou usar o exemplo do Samsung Galaxy J4 principalmente pelo valor e popularidade do aparelho, sua tia pode ter um desses parado, ou você pode caçar ele usado por 250, 300 reais, enquanto na pesquisa feita para o artigo eu achei ele novo na caixa por 450 reais. 
Controle + Smartphone: você não precisa mais do que isso para jogar MUITA coisa boa.
Este smartphone é equipado com um CPU Cortex-A53 Samsung Exynos 7 Quad 7570 rodando a 1.4 GHz Quad Core, a GPU é uma Mali-T720 MP2, acompanhando de 2 gb de memória ram e 16gb de memória interna com a possibilidade de usar um cartão de memória de até 256 Gb. A tela do aparelho tem 5.5 polegadas, resolução de 720x1280 e é uma Super Amoled, e a bateria para tocar isso tudo é de lítio, com 3000 mAh.
Bora comparar com o LDK, um queridinho dos retrogamers que está custando no AliExpress na faixa dos 250 reais, que com frete e impostos pode custar 440 reais, dependendo exclusivamente da sua sorte. 
O LDK tem uma bateria de 2.6 polegadas, com resolução de 240*320, uma bateria de lítio de 1000 mAh, 128 mb de ram, e uma memória de 16 gb. Isso rodando um Linux próprio, algo que lembra muito o saudoso Dingux feito pelos usuários do Dingoo A320. 
Não faço campanha contra o LDK, mas aqui no Brasil ele é vendido por 500 reais, e convenhamos que em comparação, um celular bem mais ou menos dá um pau nele. 
Apesar disso, o LDK como todos esses portáteis chineses como Gemei, Dingoo, JDK, Yinlips e outros tem uma vantagem frente ao celular: o controle físico. Ainda que nem sempre seja uma experiência interessante, uma por falta de botõese outra pela qualidade dos comandos, não é tão fácil dar um hadouken usando esse padrão em cruz que tanto fazem.
Para essa proposta de videogame caseiro, vamos precisar suprir essa deficiência do celular base, e aí que a gambiarra vira vantagem. Com um suporte específico, é possível usar um Dual Shock 4 (o controle do Playstation 4) em praticamente qualquer celular com Bluetooth.
Os controles Ipega são a melhor alternativa para controle físico no celular
Mas se quiser uma solução mais barata e melhor acabada, existem os controles da fabricante chinesa Ipega, com ótimas baterias internas, conexão por bluetooth, e que suportam o celular de um jeito ou de outro. Dois modelos são os melhores para essa função, o Ipega Red Knight 9087 e o modelo Ipega 9076.
Enquanto o 9087 tem um desing que agarra o celular pelos lados, o 9076 coloca ele acima dos comandos em um suporte do próprio controle. De todos que testei, são os que melhor funcionaram e que tem as melhores respostas, e tempo de duração de bateria. Usei outras fabricantes como MOGA, mas a experiência não foi tão boa. 
A ideia não é nova, tem gente já vendendo o kit bom Powerbank no Mercado Livre. 
Tendo smartphone e controle, para fechar seu kit só é necessário um Case tipo uma pochete ou bolsa para carregar tudo isso, um carregador para os dois aparelhos, e um Powerbank se você realmente estiver focado em jogatina fora de casa por horas. Lembrando que um powerbank da Xiaomi, de 20.000 mAh custa menos de 200 reais, e estica muito a autonomia tanto do celular quanto do controle. 

O que jogar?


De cara eu digo: Emuladores.
Sabe quando lá atrás eu digo que os chineses apanham pra rodar tudo que veio do Super Nintendo pra frente? Um celular bem mais ou menos não apanha, e dá conta de rodar até mesmo Dreamcast, Nintendo DS e até mesmo Playstation 2 (aí depende do seu hardware).
Tudo isso vai rodar legal no seu Smartphone. 
Daí não tem erro, ou você baixa direto da internet as roms, baixar um torrent com bibliotecas de vários sistemas para curtir e rechear seu cartão de memória. 
Com a emulação no ambiente do sistema operacional Android você tem várias vantagens, ainda mais no dispositivo mobile. Como já disse, você tem opções diferentes de controle, pode espalhar a imagem para a TV usando o Chromecast ou a função nativa da tv, e os emuladores funcionam bem no celular, com diversas opções como Save State e jogos online. 
Roms são pequenas e fáceis de baixar. 
É um jeito diferente de jogar tudo aquilo que você já conhece lá da década de 80 e 90, tornando essa revisita mais interessantes ainda. 
Ainda existem listas intermináveis de jogos para Android que vão fazer proveito dos controles físicos, mas acho que isso fica melhor em outro post. 

Finish him!


Queria terminar para expor meu caso, e explicar de porque eu defendo esse conceito de reaproveitamento de hardware e de jogar dessa forma.
Sempre fui muito ativo na cena da emulação, participando de projetos de traduções de Roms e de emuladores, pesquisando ajustes para emulação, fazendo gambiarras horríveis para usar controles de videogame em portas antigas de PC, e principalmente na cena dos portáteis chineses.
Tenho uma coleção com alguns deles, mas como resultado da minha experiência, é que não foi tão legal assim. Primeiro que eles são frágeis demais, eu tenho dois JXD s601 bricados em casa, um deles sem qualquer razão e com poucos dias de uso. Um Gemei A330 durou horas até ter sua tela esmagada com uma pressão pequena enquanto estava no bolso. 

Viraram bonitos tijolos de uma coleção esquisita. 
Eu tenho PC e Notebook, mas depois de trabalhar o dia todo na frente de um computador, eu realmente não quero usar um para jogar. Outro ponto é que para jogar o que se tem de melhor, o custo é muito alto, e pode esquecer mobilidade.
Nesse ponto o meu Playstation 4 também me deixa na mão, não é todo dia que rola aquele tempo para chegar em casa e jogar, e toda aquela imersão não me chama mais tanta atenção. Quero ser mais casual. 
Vernee Mars Pro — esse bichão aqui
Eu já ando com o celular pra cima e pra baixo, e aconteceu de conseguir uma tela nova para meu Vernee Mars Pro que estava quebrado. Ele era um celular realmente impressionante para 2017, mas em 2020 eu prefiro manter meu Xiaomi Mi A1 como celular principal.
A traseira acabadinha dele, comprei em 2017 por 600 reais na Gearbest com dólar a 3,30 #saudades
Deixar ele parado não parece inteligente, então deixei ele com todos os aplicativos de streaming que assino como Netflix, Amazon Prime, Youtube Premium e outros, assim eu consigo usar meu celular enquanto estiver transmitindo um streaming. 
O Vernee Mars Pro usando a capinha do Samsung J7
Sim, muita gente diz que isso não afeta o celular, que dá pra fazer isso no seu principal sem qualquer problemas, mas minha experiência pessoal diz o contrário, então eu prefiro deixar um aparelho só pra isso. 
O Vernee com o controle Ipega, esse modelo funciona no PC e no Playstation 4
Quando decidi usar ele pra jogar, de cara coloquei os emuladores, e depois de chegar meus controles Ipega, comecei a caçar jogos onde o controle físico funciona bem (prometo fazer uma lista pessoal depois). 
Por enquanto tem sido muito produtivo enquanto experiência, o Vernee Mars Pro tem um hardware realmente robusto, não só seus 6 gb de ram chamam a atenção, mas também um processador Helio P25 da Mediatek, rodando 2.5 Ghz Octacore, mais uma GPU Mali T880, memória interna de 64 gb, tela de 5.5 polegadas Corning Gorilla Glass 3, resolução de 1920x1080 e bateria de Li-on 3500 mAh.
PokeMMO — realiza o sonho de um MMO de Pokémon, e fica muito melhor no mobile e com controles.
Imagine a autonomia desse aparelho sem gastar bateria com rede 4g, e rodando uma Netflix ou um PokeMMO? Horas de diversão, dentro e fora de casa. Emuladores não gastam tudo isso de recurso de hardware, então tem potência de sobra. 
Mais um ou outro acerto no Android 9, e você tem um sistema muito bom para rodar quase tudo, dos mais novos jogos de Android, até os emuladores mais obscuros, fora todos os apk’s do mercado cinza que estou podendo aproveitar. 
Fico por aqui, convidado quem quiser a discutir e opinar sobre nos comentários. 

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

20 anos de Tormenta - o maior cenário do RPG Nacional


Em 1999 já o Brasil tinha um mercado de RPG em amadurecimento, grandes jogos estavam sendo lançados no país e as traduções se popularizaram, era o fim da geração Xerox que copiava livros importados da gringa para ter acesso ao material publicado lá fora.
Entre muitas tentativas de revista sobre o tema, uma tinha vingado, e esse milagre precisava ser comemorado na edição 50. A Dragão Brasil era tocada por várias mãos amigas, gente talentosa dos quadrinhos, literatura, mangá e games, e para comemorar a marca das cinqüenta edições o trio de autores (Marcelo Cassaro, Rogério Saladino e J.M Trevisan) decidiram lançar um livro que vinha gratuitamente com a revista.
O nome era Tormenta, uma colcha de retalhos de praticamente todo conteúdo autoral publicado na Dragão Brasil nesses anos todos. Cidades, personagens, itens mágicos, contos... tudo foi costurado para fazer o cenário.
Como era um material gratuito, foi lançado em multi-sistema e as ilustrações em suas páginas eram apanhados de vários artistas que já haviam publicado na Dragão Brasil, o que causou estranheza em muita gente já que os estilos se misturavam, era normal ver uma ilustração de mangá em uma página, e na seguinte um estilo de quadrinhos europeus.
A mesma coisa acontecia com o cenário, cidades grandes contavam com bairro oriental no melhor estilo da Liberdade em SP, favela de goblins e uma arena no melhor estilo Coliseu Romano. Ao mesmo tempo que muitos torceram o nariz, muitos outros amaram a idéia de ter um grupo de RPG formado por um meio elfo samurai, um pistoleiro anão e um humano bárbaro das montanhas geladas.

A cereja em cima do bolo é o nome e razão do cenário: A Tormenta.


Uma tempestade eterna que cobra uma área eternamente, pintando tudo de vermelho, destruindo toda a vida com sua chuva cáustica e seus monstros insectóides. A tormenta aparece sem qualquer explicação, em qualquer ponto do cenário, e inicialmente não havia nenhuma explicação para tal. Grandes aventureiros poderiam entrar nessas áreas, mas quase sempre saiam de lá com danos mentais irreversíveis.

Tudo isso da gênese de Tormenta, faz do cenário o maior e mais bem sucedido no Brasil, e mais jogado a quase vinte anos. Tormenta tem a cara do Brasil, uma país formado por vários povos e com uma identidade muito diversificada.

Em 2019 Tormenta faz 20 anos, e a Jambô (atual editora) prepara o maior lançamento do RPG nacional: Tormenta20, com anúncio previsto para 10 de Maio.

Mais informações no site:

Free Fire não transforma seu filho em assassino

Sempre é assim quando acontece uma tragédia provocada por gente jovem, a mídia e alguns setores do governo procuram a responsabilidade como se não fosse do próprio indivíduo causador da tragédia. 

Antigamente, era o Rock que transformava nossos jovens em assassinos, houve um tempo que era o Cinema e a Televisão, na década de 90 o foco ficou dividido entre o RPG e os videogames, sem ninguém ter certeza qual dos dois era a maior máquina de monstros. 

Mas a verdade é que isso é pura bobagem de quem desconhece do que fala, e esse tipo de notícia envolvendo jogos e os crimes de Suzano vão criar muito conflito de pais preocupados e seus filhos. Vamos alguns fatos que foram ignorados:

1 – Jogos tem classificação indicativa.
Criança nenhuma tem dinheiro para comprar um Playstation 4 ou um Moto G para jogar o que quiser. O papai e a mamãe tem que ir na loja comprar o produto e autorizar a instalação dos jogos.  GTA é um exemplo bom, é um jogo adulto com classificação indicativa para 18 anos. 
Se você não deixa seu filho assistir pornografia, talvez não seja uma boa idéia permitir que o mesmo jogue o game que envolve praticar latrocínio e outras modalidades de crime. Free Fire por sua vez, tem uma classificação indicativa de 14 anos. É tão prejudicial para um adolescente quanto a novela das nove.
Vale lembrar que a responsabilidade do que seu filho assiste e joga é dos pais, não do governo ou das empresas que fabricam os jogos. Outro ponto importante, é considerar que assassinos de Suzano tinham 17 (quase 18) e 25 anos, longe de serem crianças influenciáveis. 

2 – Jogos no Brasil 
Somos o quarto maior mercado de games, perdendo só para USA, Rússia e Alemanha. É uma indústria que sustenta muita gente, desde desenvolvedores, varejistas e suporte técnico, são 35 milhões de jogadores no país segundo pesquisas recentes. 
Hoje em dia, as pessoas gastam em média 10 horas semanais com videogames, é menos que na internet ou na televisão, e isso vai desde a senhorinha que joga Candy Crush até o jogador profissional de League of Legends. 
Se isso realmente causasse algum dano cerebral, vocês realmente não acham que o país viveria um surto de violência gratuita? 
Demonizar essa indústria é até irresponsável, já que muita gente depende dela, e não é como se fosse única e exclusivamente entretenimento violento.


3 – Estudos não vêem ligações de agressividade em adolescentes e jogos violentos
Esses dados são de um estudo divulgado dia 13 de Fevereiro de 2019, realizado na Universidade de Oxford, com adolescentes de 14 e 15 anos e seus responsáveis.  Foi medido o grau de agressividade dos jovens e feito comparações com o feedback dos pais e responsáveis. 
Não houve evidência alguma da ligação de envolvimento com jogos violentos e em comportamento agressivo por parte dos jovens.  Segundo os coordenadores do estudo, o viés ideológico dos pesquisadores de estudos anteriores certamente influenciou no resultado que sugere algo diferente. 
O texto publicado na Royal Society Open Scient pode ser acessado no seguinte link: https://royalsocietypublishing.org/doi/10.1098/rsos.171474


4 – Benefícios dos Jogos
Jogos eletrônicos podem beneficiar quem joga de várias formas diferentes. Desde criar familiaridade com idiomas diferentes, até a melhora da capacidade de coordenação motora, raciocínio, visão e assimilação de estímulos visuais. 
Hoje em dia pode se pensar até em carreira na área, tanto na parte competitiva como um profissional de qualquer esporte, quanto também na área de entretenimento e desenvolvimento de jogos. 



Por fim, é obvio que existe uma linha clara do que é saudável e do que faz mal. Ninguém deveria ficar o dia inteiro grudado no celular ou no videogame, até porque isso não faz bem para a saúde.  Ter horário para jogar e realizar atividades ao ar livre são fundamentais para o desenvolvimento dos jovens, mas muitos pais preferem só criar restrições sem dar contra partida. 
O diálogo e o entendimento com as crianças e adolescentes ainda é a melhor ferramenta para os responsáveis, caso a criança esteja jogando algum jogo violento e você não ache adequado para idade dela, argumente o mostre opções diferentes (essa coluna sempre sugere jogos para todas as idades). 
De qualquer forma, seu filho não corre o risco de se tornar um psicopata por causa do jogo, a sua presença e carinho na vida dele é muito mais importante do que qualquer tipo de lazer. 

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Como Rastrear seu celular


Nesse domingo o programa Fantástico da Globo mostrou uma reportagem sobre furto de aparelhos celulares, e como os criminosos praticam o ato. Apesar de toda revolta que a matéria possa causar para quem assiste, também existe a esperança da possibilidade de evitar perder o celular "para sempre" depois de um roubo\furto.
A coluna então vai fazer um passo a passo de como preparar seu aparelho para registrar tudo, possibilitando a recuperação do mesmo. 
ATENÇÃO> Caso use o aplicativo, não vá sozinho confrontar o criminoso, avise a polícia e\ou chame o 190.
1 - Deixe sua 3g ou 4g ligadas
No momento que seu celular some, é possível rastrear com mais eficiência se a sua rede móvel estiver ligada, sem isso o celular só vai registrar a última vez que esteve conectado à internet. Obviamente que isso pode custar algum crédito, mas é melhor que perder o aparelho.
2 - Ative a função "Localizar remotamente o dispositivo" 
Sem isso, aplicativo nenhum vai te ajudar a encontrar o aparelho. Da mesma forma a função de Localização. Tal modificação pode ser feita em Configurações>Segurança
3 - Instale os aplicativos espiões
De graça você vai encontrar o "Localizar meu dispositivo", desenvolvido pelo Google e que pode dar uma ajuda para recuperar o aparelho. O fato é que ele também pode ser driblado, e o ladrão provavelmente sabe disso. O jeito é pagar, e dos pagos o melhor da categoria é o Cerberus, que é o aplicativo usado pelo Fantástico para tirar fotos do ladrão e registrar até mesmo as redes pelas quais o aparelho foi conectado. 

Ficam aqui os links dos programas citados:

Teve problemas ou dívidas? Deixe um comentário no post!

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Jogos que pretendo zerar em 2018

Jogos que pretendo zerar em 2018

Pra quem não sabe, eu faço parte do projeto VGDB (o videogame virtual brasileiro) e por isso que não é difícil achar texto e participações minhas sobre o tema em outros sites e revistas. Agora no começo de 2018, o pessoal do projeto fez uma TAG de Jogos pra Zerar em 2018, e a grande maioria participa em seus canais no YouTube (plataforma que eu abandonei), mas vou usar a coluna para brincar com o pessoal sobre o vou me dedicar a zerar nesse ano.

Sleeping Dogs Edição Definitiva
O jogo é antigo, e fez bem pouco barulho na época. É tido como um jogo feio do Playstation 4, não aproveitando bem a potencia do mesmo. E isso é verdade, não é um primor gráfico mesmo, mas a proposta de ser um GTA em Honk Kong me conquistou, quando criança era aficcionado pela Sessão Kickboxing da Band, e achei muito interessante a proposta do roteiro de um policial infiltrado na Tríade chinesa, e de resolver as coisas usando kung fu. Paguei 15 reais nas promoções de fim de ano, e depois de 20 e poucas horas foi o primeiro jogo finalizado de 2018, considerando ainda as DLC's de corrida, Torneiro do Zodíaco, Ano da Serpente e Pesadelo em North Town, todos eles grandes homenagens a filmes chineses dos astros Bruce Lee, Jackie Chan e outros.

Assassins Creed Origins
O jogo é muito, mas muito grande mesmo. Estou jogando desde seu lançamento, e ainda não abri nem metade do mapa. A questão é que acertadamente, a Ubisoft fez um jogo enorme que tem muita sidequest e te prende por horas fora da trilha principal, o que nem de longe é ruim, só vai empacar jogadores como eu que gostam de fuçar cada caverna, gruta, lago e construção do jogo. Mas pra evitar me desanimar como aconteceu no AC Unity, vou me dedicar a terminar ele ainda esse ano.

Final Fantasy XV
Também adquiri nas promoções de final de ano, e é um jogo muito bonito graficamente. A mecânica é bem diferente dos outros jogos da série, mas está bem construída. O grande problema é que é um jogo para se casar, obviamente é comprido pra caramba, e como conhecedor da série eu sei que farmar níveis é muito importante para o End Game. Joguei a primeira uma hora de jogo, e pra falar a verdade não me capturou de cara. Mas logo que a fila ficar vazia, vai receber a atenção devida.

Oniken
Comprei um Alfawise X5, um mini-PC que se liga na TV e que roda Windows 10 e Android. Óbvio que vai se tornar minha principal máquina de emulação, e também vai rodar os jogos indies na tela grande. Vou estrear com o difícil e quase impossível Oniken, da brasileira JoyMasher, a mesma do ótimo Odallus (que eu já falei aqui na coluna). É uma releitura dos jogos dos oito bits, com muita coisa do DNA de Ninja Gaiden e Shinobi. Nasceu cult, mas exige algum tempo para pegar as manhas, infelizmente os God of War atrofiam suas capacidades de jogador, e quando vem uma coisa pesada, vem junto a dificuldade.

Red Dead Redemption 2 
Isso é claro se sair em 2018 mesmo, mas se acontecer, vou me casar de papel passado com ele até a platina (só me dedico assim a jogos que eu realmente me interesso). O último jogo da série é fantástico, e faz tempo que ele merecia uma versão para os novos consoles. Se a Rockstar der a ele a mesma atenção que deu para GTA 5, o qual recebe DLC's gratuitas até hoje, temos com certeza um jogo que será lembrado pelas próximas gerações.

The Witcher 3
Tenho a versão completa com todas as DLC's, mas quando fui jogar, vi que era um jogo realmente denso, e que precisava de alguma dedicação. Pra isso vou esperar ter um espaço legal no tempo para me dedicar ao game. Dá pra jogar de qualquer jeito, mas cada inimigo pode ser derrotado mais facilmente com magias e feitiços específicos, que precisam de componentes colhidos pelo mapa, que está cheio de outros desafios. O mais difícil mesmo e se concentrar numa linha só, e fazer tudo.